segunda-feira, 30 de maio de 2016

Semiótica Greimasiana

A Teoria Semiótica preocupa-se em entender o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz. Segundo Fiorin, os textos são narrativas complexas e neles uma série de enunciados de fazer  e de  ser  estão organizados hierarquicamente estruturando-se numa sequência canônica que compreende quatro fases:

1.    Manipulação: Consiste em uma personagem induzir a outra a fazer alguma coisa.
 O manipulador pode usar as seguintes formas de manipulação:
 Tentação: Oferecer algo a personagem.
 Intimidação: Intimidar a personagem impondo algo.
 Sedução: Exaltar o ego através de elogios.
 Provocação: Provocar o personagem ao ponto de levá-lo a fazer a ação.

2.    Competência: Fase que o sujeito do fazer adquire um saber e um poder.

3.    Performance: É a própria ação, executada pelo sujeito manipulado.Nesta fase há sempre uma relação de perda e ganho.

4.    Sanção: O sujeito do fazer irá receber um castigo ou uma recompensa da ação feita.  

            Para ficar mais clara a teoria Greimasiana, exemplificaremos as quatro fases com base no texto "A Princesa e o Dragão":

                                         A princesa e o Dragão 
          A filha do rei era muito bela. Certo dia um dragão raptou-a, levando-a para sua caverna. Desolado, o rei, já avançado em anos, recorreu a um príncipe, generoso e forte e lhe delega a incumbência de libertar a filha. No dorso de impetuoso cavalo, sai o príncipe com pressa de resgatar a princesa.
           No caminho, uma velha maltrapilha, sentindo-se perdida, roga ao príncipe que a leve de volta para casa. Movido pela bondade do coração, ainda que angustiado pela pressa, o príncipe desvia-se do caminho e conduz a pobre velha ao lar. Eis que, ante os olhos surpresos do príncipe, a velha revela-se como uma bela fada de aves transluzentes. Enaltecendo a generosidade do caráter do heroico cavaleiro, indica a caverna do dragão, presenteia-o com reluzente espada de ouro advertindo-o de que somente com aquele instrumento conseguiria cortar a cabeça do dragão. Junto com a espada, a bondosa fada lhe dá uma ânfora de prata, cheia de uma poção capaz de torná-lo invisível.
         Seguindo as indicações da fada, o príncipe atravessa a floresta povoada de perigosas feras e, sem ser visto, penetra na caverna do dragão, decapitando–o com um só golpe de espada.
          Salva a bela princesa, o generoso cavaleiro devolve–a para o rei, que, reconhecido, dá-lhe a mão da princesa e faz dele seu sucessor.
           A manipulação ocorre no primeiro parágrafo, onde o Rei apela para a generosidade do cavaleiro e lhe atribui o dever de salvar sua filha. De forma muito inteligente o Rei consegue induzir o cavaleiro a fazer o que ele queria, pois, conhecendo seu caráter generoso sabia que ele não recusaria o pedido.
          Em seguida, no segundo parágrafo, o cavaleiro ao ajudar a fada, consegue adquirir a competência necessária para realizar sua ação, a fada diz o local da caverna e lhe presenteia com uma espada de ouro, aqui, ele adquire o saber e o poder.
          Ao decapitar e libertar a princesa, executando de fato o que queria fazer, o cavaleiro realiza a performance.
        Salvando e entregando a princesa ao rei, recebe uma boa recompensa, a mão da princesa e ainda se torna o sucessor do rei, nessa parte da história acorre a sanção

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